Eu estou em uma missão de ler todos os livros do John Green, então logo que vi que esse livro seria publicado pela Intrinseca já quis ler ele sem sequer ler a sinopse. O que foi uma escolha sabia, já que após a leitura - na realidade agora para colocar no post - eu li a sinopse e considerei com spoilers.Quentin Jacobsen tem uma paixão platônica pela magnífica vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman. Até que em um cinco de maio que poderia ter sido outro dia qualquer, ela invade sua vida pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita.Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola e então descobre que o paradeiro da sempre enigmática Margo é agora um mistério. No entanto, ele logo encontra pistas e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele achava que conhecia.
O livro fala sobre Quentin -Q- Jacobsen e sua paixão "platônica" por Margo Spiegelman, que ao longo do mesmo vai descobrindo que ela não era exatamente como ele imaginava. O modo como isso se dá? Não posso falar são spoilers! - haha. Mas a premissa da historia é que Margo bate na janela de Quentin durante uma noite, e o convida para uma "aventura" que durará - a primeira parte do livro toda - somente até a hora de ir para a escola na manhã seguinte. Q após a aventura - segunda parte do livro - acha que talvez as coisas mudem entre ele e Margo, e elas mudam, mas não é bem do jeito que ele achava não e é ai que ele começa a procurar pistas.
O livro é estruturado em 3 partes, as quais é obvio que eu não posso falar. Ele fala sobre cidades de papel também, que é um jeito que as gráficas achavam de saber se seu mapa estava ou não sendo copiado, colocando uma cidade que não existia nele. Uma vez o autor acabou "achando" uma em um mapa, e como não sabia que era falsa tentou acha-la durante a viagem, quando descobriu que era uma cidade de papel acabou ficando tão sismado que quis escrever um livro sobre.
Nesse livro conseguimos realmente notar que ele foi escrito antes de A Culpa é das Estrelas, porque até o jeito do John Green escrever é meio diferente, algo que eu já tinha notado na leitura de O Teorema de Katherine. Dá pra notar já a essência dele nesse livro, dá pra notar o que ele queria, mostrar como é uma paixão platônica, e conseguiu, só que de um jeito meio superficial.
Quando vou ler um livro de John Green, eu leio ele esperando não uma historia que te faça querer ler e ler para saber o que vai acontecer, mas uma leitura que me faça sentir que me tornou algo melhor, que faça eu sentir que ela não é só mais livro que não vai mudar nada. Eu espero o tipo de livro que te faça refletir, mesmo sem saber que está refletindo.
Ao se ler você não deve esperar um livro do tipo de A Culpa é das Estrelas, porque não é. E uma das minhas coisas favoritas no Green é que ele é versátil, afinal quantas pessoas conseguem escrever um livro igual à Culpa é das Estrelas, e também uma comédia com nerds cheia de matemática e um mistério fofo sobre paixão platônica?
Chega de falar de Green e vamos falar da narração propriamente dita, do que o livro é cheio, mas você não nota, porque a narração de John Green é música para nossos ouvidos cansados. Frases boas que nos fazem querer marcar -meu ebook ficou cheio de marcações - existem nesse livro. E as frases nos fazem pensar se a nossa volta isso não acontece, e como estamos nós mesmos.
A trama é fofa e os personagens são pessoas com prós e contras, e claro temos os palhaços amigos do mocinho neste livro.
Livro recomendado para quem gostou de O Teorema de Katherine ou procura um livro de misterio que não é policial e nem suspense.
Frase:
"É como se cada um tivesse começado com um navio inteiramente a prova d'agua. Mas as coisas vão acontecendo... as pessoas se vão, ou deixam de nos amar, ou não nos entendem, ou nós não as entendemos... e nós perdemos, erramos, magoamos uns aos outros. E o navio começa a rachar em determinados lugares. E então, quando o navio racha, o final é inevitável. Mas ainda há um tempo entre o momento em que as rachaduras começam a se abrir e o momento em que nós nos rompemos por completo. E é nesse intervalo que conseguimos enxergar uns aos outros, porque vemos além de nós mesmos, através de nossas rachaduras, e vemos dentro dos outros através da rachadura deles."
"Eu olhava pra baixo e pensava que eu era feita de papel. Eu é que era um pessoa frágil e dobrável, e não os outros. E o lance é o seguinte: as pessoas adoram a ideia de uma menina de papel. E o pior é que eu também adorava"
"Coisa mais traiçoeira é acreditar que uma pessoas é mais do que uma pessoa "
Avaliação:
☺☺☺ (3/5)
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