quarta-feira, 30 de abril de 2014

Fuxicando Sobre Romances de Época: Orgulho e Preconceito - Jane Austen

Oi, gente, estou aqui para mais uma etapa do desafio que eu estou participando esse ano, a etapa de Abril. Sim, eu sei que hoje já é Maio, e eu realmente sinto muito por estar atrasada com  essa resenha, mas eu juro que esse livro foi lido em Abril, só me faltou tempo para publicar a resenha - semana de provas! - como está me faltando para publicar de muitas outras. Enfim, esse mês o desafio era ler um romance de época que estava encalhado na sua estante a um bom tempo, e os dois que estavam encalhados na minha eram Orgulho e Preconceito e Ligações Perigosas, ambos clássicos, e meu escolhido foi o primeiro, até porque era o que estava a mais tempo na "fila".

“É verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro em posse de boa fortuna deve estar necessitado de esposa.”
É com essas palavras que Jane Austen inicia Orgulho e preconceito, conduzindo o leitor diretamente ao lar dos Bennet, família com não menos que cinco noivas em potencial: Jane, Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia. Quando o sr. Bingley e o sr. Darcy, dois jovens distintos, chegam a Hert­fordshire, todas ficam em alerta: eles são solteiros, bonitos e, claro, donos de uma boa fortuna.
O que poderia ser uma típica história de amor é, nas mãos de uma das escritoras de língua inglesa mais difundidas pelo mundo, um espetáculo de grandes personagens e diálogos sagazes, com um timing perfeito para a ironia.
Jane Austen desafiou as convenções sociais ao criticá-las pelas entrelinhas, pontuando seus livros com toques de humor que só uma observadora perspicaz e uma brilhante escritora poderia unir. Suas histórias, passadas na Inglaterra da virada do século XVIII para o XIX, falam para os leitores de todas as épocas. Segundo o crítico Harold Bloom, os livros de Jane Austen passarão para a posteridade juntamente com os clássicos de William Shakespea­re e de Charles Dickens.
 

Avaliação: ☻☻☻☻☺ (4/5)       392 Páginas       BestBolso


Antes de começar realmente esse resenha quero dizer que a edição que eu li não é essa a cima, é uma outra que eu não achei nem no Goodreads e nem na Saraiva para pegar capa, sinopse e blá blá, então peguei a que eu considerei a capa mais bonita e todas as informações vão ser referentes a esta edição. 


Elizabeth é tem quatro irmãs, e o sonho e objetivo de vida de sua mãe é vê-las casadas antes da morte de seu marido, pois como eles não tem nenhum filho homem as terras vão para o herdeiro homem mais próximo, ou seja, o filho do tio de Elizabeth, e elas ficarão sem nada. Chega a cidade delas, mais especificamente a vizinhança delas, novos vizinhos, o Mr. Bingley, suas duas irmãs e um amigo a passeio, Mr. Darcy, o primeiro acaba se interessando imediatamente pela irmã mais velha de Elizabeth, Jane, e o interesse é reciproco, e isso acaba fazendo Elizabeth e Mr. Darcy se aproximarem apesar de todo orgulho e preconceito que esse dois têm.

Tenho varias coisas na minha cabeça para colocar nessa resenha e elas estão todas bagunçadas na minha cabeça, mas vamos tentar ordena-las. Varias mulheres que leem esse livro ficam loucas pelo Mr. Darcy - a escritora de O Diario de Bridget Jones é um exemplo disso, tanto que Mark Darcy "é" o Mr. Darcy - e eu não entendia, no inicio do livro, como isso acontecia, eu achava ele sem graça, chato, orgulhoso, preconceituoso e tudo, eu basicamente tinha a mesma visão da Elizabeth, e como a dela, a minha foi mudando durante o livro e no final eu já estava um pouco como essas mulheres, dizendo "Ah, Mr. Darcy...", porque o livro mostrou ele "amadurecendo", ele melhorando quem ele é no momento em que ele vê quais são os seus defeitos, e não é só ele, a Elizabeth também, quando ela ver que ela está errada, vê o erro que cometeu por "preconceito" ela o admite, não fica se defendendo, vê o que fez e assume; os personagens veem os seu erros e crescem com eles, aprendem a nunca mais comete-los e tentam retificar o que esses erros causaram a outras pessoas - nesse momento que eu digo olhem e aprendam Heathcliff e Catherine.

Falando nos erros e defeitos dos personagens, da para perceber desde que se descobre o nome do livro quais são os principais, o orgulho e preconceito, e geralmente as pessoas pensam que um defeito pertence a cada um dos principais, porém o negocio não é assim, nós não podemos separar como um desses defeitos sendo de um e outro de outro, pois ambos possuem os dois e os exercem ao longo do livro. No inicio do livro vemos um Mr. Darcy orgulhoso, que acha que ninguém é digno de sua atenção, vendo isso Elizabeth logo cria um preconceito contra ele que lhe faz pensar que nada que venha dele pode ser bom; devido aos acontecimentos da história Mr. Darcy mostra-se preconceituoso com classes sociais de menos dinheiro que a dele,  Elizabeth se mostra orgulhosa em relação a ele, e ambos vão abrindo mão desse orgulho e preconceito pouco a pouco a cada passo que vão dando em direção ao outro.

Em uma outra resenha minha, do livro Jane Eyre - leia aqui - eu acabei criticando um pouco Jane Austen e o livro desta resenha, dizendo que as mulheres "precisam se casar para poder se sustentar, ou de um pai rico" e que "ficam choramingando pelos cantos e reclamando da vida, esperando um marido para poder viver toda a sua vida dedicada a ele", porque eu havia visto o filme - que eu ainda vou comentar nessa resenha - e ouvido alguns comentários desse tipo por aí. Bem, eu gostaria de retirar o que eu disse, que apesar de ser verdade que elas - as irmãs Bennet - ficam caçando marido, o livro não é só isso, Jane Austen consegue fazer uma critica a sociedade e as leis daquela época nas entrelinhas, criticas que não a levariam ser julgada, que só leitores de tempos depois conseguiriam nota-las e ver como isso era errado, que as coisas tinham como ser diferentes, e esse é um lado que nos mostra que Jane Austen não era somente uma escritora de chick lits clássicos, mas também de verdadeiras criticas sociais. Além disso ela é uma das poucas escritoras que conseguem fazer mais de uma história decorrer ao mesmo tempo sem nos confundir, dividindo o mesmo espaço, intrínsecas, que no meio de uma se conta outra, no mesmo paragrafo, e por falar em paragrafo, nem tentem pular um senão vai perder muito coisa, acredite em mim, eu sei que não parece que é muita coisa enquanto lemos, mas é, até porque eu fui pular um porque estava muito ansiosa para ver o que iria acontecer e acabei não entendendo nada, tive que voltar e ler.

É impossível ler esse livro e não se lembrar de sua adaptação de 2005 - pelo menos é assim pra mim que vi antes de ler o livro - e durante a minha leitura eu me lembrava o que vinha a seguir no filme, como era a cena no filme, e é realmente incrível para mim poder dizer que o filme é realmente muito fiel, é uma das adaptações mais fieis que eu já vi, claro que alguma coisa ou outra mudava um pouco como o cenário de algumas cenas, e outras não apareceram, mas foram muito poucas e o filme foi realmente muito parecido - menos o final alternativo, esse não é, mas mesmo assim continuo amando ele.

Um dos poucos pontos negativos pra mim do livro foi a facilidade que eu tinha de dispersar a minha atenção dele, e o pouco que a narração nos fala dos sentimentos dos personagens, o quão impessoal ela acaba sendo.

O final do livro já deve ser obvio para todos, mas mesmo assim eu gostaria de frisar que ele foi o melhor e que eu gostei muito dele. Indico o livro para quem é fã de um bom romance e que consegue ler clássicos.

A vaidade e o orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinónimos. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho relaciona-se mais com a opinião que temos de nós mesmos, e a vaidade, com o que desejaríamos que os outros pensassem de nós.