quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Resenha: Sonhos com Deuses e Monstros - Laini Taylor

Dois mundos se equilibram na iminência de uma terrível guerra. 
Na Terra, os humanos recebem com êxtase os anjos e seu imperador, que pretendem angariar armas para um combate maligno. Jael nem desconfia de que, em Eretz, quimeras e Ilegítimos ensaiam unir forças na tentativa de alcançar a paz.
Karou assumiu o controle da rebelião quimera e, ao menos na batalha contra o inimigo em comum, está, finalmente, ao lado de Akiva. É uma versão distorcida do tão antigo sonho dos dois, uma esperança de futuro para seus povos. E, talvez, para o amor que eles sentem renascer.

Avaliação: ☻☻☻☻☻(5/5)                   560 Páginas                               Intrínseca

Eu estava esperando por esse livro a mais de um ano e meio, não via a hora de lê-lo desde que li o seu antecessor (Dias de Sangue e Estrelas), e enquanto o lia fiz o possível para não termina-lo... Eu ainda não estava pronta para deixar a Karou e o Akiva irem embora, ainda não estou! Quanto tempo será que eu tenho que esperar para reler uma trilogia?

Após o exército de Jael ter vindo a terra para conseguir armas de fogo, quimeras e serafins unem-se contra um inimigo comum. Essa aliança é muito parecida com a paz que Karou e Akiva sonharam muitos anos antes, enquanto ela ainda era Madrigal e ele ainda não tinha o apelido de Ruína das Feras. Mas será que essa aliança será só militar, ou será que devido a proximidade erros consigam ser perdoados e os dois possam finalmente ficar juntos?



Era uma vez,
um Anjo e um Demônio que levaram a mão ao coração
e deram inicio ao apocalipse.


Essa trilogia me acompanhou durante todo ensino médio, no primeiro ano eu li Feita de Fumaça e Osso logo que foi lançado no final do ano, e fiquei na expectativa pro lançamento de Dias de Sangue e Estrelas, que saiu durante o segundo ano, no final também e aí eu fiquei doida pra chegar logo Sonhos com Deuses e Monstros que acabou sendo lançado só após eu terminar o ultimo ano do colégio, o terceirão. Acho que por ter sido assim, com o lançamento do ultimo livro da trilogia parece que uma etapa se encerra na minha vida, como se terminar de ler Sonhos com Deuses e Monstros fosse a única coisa que faltava para fechar essa época. Não sei se é assim que quem acompanha uma série desde o inicio se sente quando ela termina, já que essa foi a primeira que eu consegui fazer isso, desde o primeiro livro esperando o lançamento do próximo, correndo para a lista de lançamentos de setembro da Intrínseca assim que saia (porque sempre era em Setembro que era lançado, bem na época das minhas provas)... Vai deixar saudade.


Há o passado, e há o futuro. presente não é nada mais do que o único segundo 
que os separa. Vivemos equilibrados neste segundo.


Mesmo três livros após ter conhecido sua escrita, ainda me surpreendo com como a Laini consegue transformar uma história complexa em uma leitura tão simples. Na série Feita de Fumaça e Osso a criatividade da escritora é surpreendente, ela consegue misturar anjos e quimeras - criaturas que eu nunca vi em nenhuma outra história - criando uma trama tão rica que chega a ganhar ares de mitologia e de sonho. Nessa série de escrita poética narrada em terceira pessoa, mas sempre pelo ponto de vista de um personagem, temos uma história em que anjos estão em guerra contra quimeras (criaturas parte humana e parte animal, como esfinge),mas o grande diferencial dessa história é que não é o bem contra o mal, e sim mal e bem misturados, mostrando que a generalização não é certa.


A vida é feita de escolhas, e só os tolos escolhem 
os seus aliados com o coração.


No inicio eu amava a Karou, a personalidade dela, mas aí foi revelado que ela era a Madrigal e eu não conseguia casar as personalidades. No inicio de Dias de Sangue e Estrelas ela me decepcionou, porém conseguiu me reconquistar no final, já em Sonhos com Deuses e Monstros eu senti falta dos comentários irônicos e dos cortes memoráveis da Karou, ela ficou mais séria e parece que perdeu parte da sua personalidade de Karou, e ficou mais Madrigal. O Akiva continua o mesmo Anjo fora do padrão que dá vontade de me jogar nos braços dele, só que ele também está mais sério nesse livro. Na realidade, parece que todos os personagens estão mais sérios, tomando decisões mais objetivas, como se eles realmente estivessem sentindo o peso da guerra, o peso do futuro na mão deles. Também temos o aparecimento de uma nova personagem nesse livro, no inicio eu não via muito sentido para ela estar ali, era só desperdício de capitulo para mim, mas ela conseguiu provar a que veio e vários outros personagens também ganharam mais destaque e importância, deixaram de ser somente uma sombra e se tornaram partes ativas da história.


Ter esperança era como ficar pendurado na beira de um abismo, deixando a 
corda nas mãos dela. Ela poderia aniquilar-lo se quisesse.


Conhecendo a Laini como eu conhecia, sabendo que ela não tem medo de não poupar os personagens e os nossos corações (lembram-se como ela matou o Kishmish? Ou esmagou o coração logo no primeiro livro com a morte do Brimstone?), eu estava muito preocupada com o final desse livro, estava morrendo de medo que ela fizesse algo que quebrasse o meu coração, sempre que estava tudo dando certo, eu esperava que algo ruim acontecesse, e a escritora ainda resolveu fazer varias gracinhas ao longo do livro. Perdi a conta de quantas vezes meu coração quase parou nesse livro, quantas vezes eu gritei "não" ou derramei uma lágrima no meu quarto.


Bolo guardado para depois, bolo como estilo de vida.


Fiquei com a sensação de que o final poderia ter sido melhor, poderia ter tido mais ação no livro, mais reviravoltas, mas os acontecimentos foram compatíveis com a história, não tinha como ser diferente e também poderia ter sido bem pior, então não vou reclamar

Sonhos com Deuses e Monstros foi o ultimo livro de uma série incrível que merece ser lida e relida varias vezes, e que de tão fantástica e maravilhosa merece que sua adaptação saia do papel para que possamos finalmente ver o seu universo único.

Seu sentimento preferido era a ausência de sentimentos. Qualquer outra coisa 
provocava perturbação
P.S.: Eu acho que nunca existiu um livro com tanto nome estranho por cm² de página.
- Kah 

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