terça-feira, 8 de outubro de 2013

Resenha: Deslembrança - Cat Patrick

Não tenho passado. Minhas lembranças estão no futuro. 
Toda noite, quando London Lane recosta a cabeça no travesseiro e dorme, cada mínimo detalhe do dia que viveu desaparece de sua memória. Pela manhã, restam-lhe apenas lembranças do futuro: pessoas e acontecimentos que ainda estão por vir. Para conseguir manter uma rotina minimamente normal, London escreve bilhetes para si própria e recorre à sempre fiel melhor amiga. Já acostumada a tudo isso, ela tenta encarar a perda de memória mais como uma fatalidade que como uma limitação. Mas, quando imagens perturbadoras começam a surgir em suas lembranças e London precisa, de algum modo, escapar delas, fica claro que para entender o presente e o futuro ela terá que decifrar o que ficou esquecido no passado.

O que seria de você sem suas lembranças? Ou melhor: Quem seria você sem suas memorias?
Essa foi uma pergunta que ficou na minha cabeça durante a maior parte da leitura do livro e, agora, depois de terminar.

London Lane é uma garota de 16 anos que tem uma memoria um pouco diferente. Toda madrugada às 4:33  as lembranças que ela tem do dia vão embora, e, como se já não bastasse isso, ela vê o que vai acontecer no futuro e só essas visões ficam na memoria dela. Um dia, após uma simulação de incêndio no colégio, ela encontra Luke Henry, e começa a se interessar por ele. Mas ao mesmo tempo que surge o Luke, também surge uma "lembrança" perturbadora que ela não sabe dizer nem de que época é.

"Nada fixa algo na memoria com tanta força quanto o desejo de esquecê-la"
- Michel de Montaigne

Primeiro tenho que dizer que esse livro foi como uma brisa pra mim, rápido, leve, lindo, mas fraco.

A leitura passou tão rápido que eu olhava tava em 30%, depois olhava de novo pensando que tinha ido no máximo mais 5, mas eu já tava em 50% e não fazia nem 10 minutos que tava em 30. E foi leve porque eu não notei, e também me dava uma sensação de leveza, de calma.

E um dos grandes responsáveis foi o casal principal, London e Luke, que são lindos juntos e deixam o livro lindo. Não tem como não amar esse dois, são perfeitos! São aquele tipo de casal que você fica dizendo "awn" pra tudo o que eles fazem. Não tem como não se apaixonar, e apesar das dificuldades, não querer viver uma historia assim.

Porém, cada vez que a London acordava parecia que era de novo o inicio do livro, claro, eu já conhecia os personagens e tudo, mas tinha ar de inicio de livro. Os personagens também ao longo da trama parece que não mudaram em nada, não evoluíram, continuam iguais ao inicio. E também o "final" foi meio decepcionante - comento mais sobre ele depois. Esses três fatores, alinhados ao fato de o mistério não ser tão envolvente assim, me levaram a achar o livro fraco.

Quando eu li a sinopse dele, pensei que fosse meio Como se Fosse a Primeira Vez, o filme com a Drew Barymore, e lendo descobri que não é tão parecido, apesar de ter suas semelhanças por o tema ser tão igual.

Mas apesar disso a escrita dele é boa, rápida e leve - como eu já mencionei. Mas linda mesmo, perfeita é a capa. Nessa foto dela de livraria virtual, de frente - e na realidade não é nem foto da capa, é só a capa - ela parece bonitinha, normalzinha, e sem graça, mas só de mudar o angulo ou tirar a foto do livro dá pra ver que ela é linda, dá uma olhada.


O final - agora sim é a hora de falar dele - me decepcionou, porque eu tava lendo o livro bem normal, esperando o final chegar, viro a página e me deparo com "agradecimentos". Parece que a Cat simplesmente cansou de de escrever e pensou "ah, ela vai dizer isso, isso e isso, e pronto eu termino o livro". O que?! Eu esperava um final, não um livro não terminado. O final é muito vago e nos deixa com perguntas que ela mesmo plantou na gente como "então isso vai dar certo?". Ela não dá uma confirmação, deixa no vai ou não vai.

Não sei pra quem indicar esse livro, talvez pra alguém que queria um romance fofo do tipo de Como se Fosse a Primeira Vez.

Frase:

"É engraçado como uma possibilidade pode levantar o astral de uma pessoa. É engraçado como a realidade pode jogá-lo para baixo."

“Lágrimas e mais lágrimas caem nas páginas pautadas em minha mãos enquanto descubro um pesadelo que se tornou realidade. Enxugo-as rapidamente para que não desbotem a tinta. Porque, apesar do aperto no peito que me faz odiar os passarinhos cantando e tudo o mais, sei que precisava ler isto hoje, e que vou precisar ler de novo amanhã. Para mim, ler é lembrar.”

Avaliação:
☺☺☺ (3/5)

Nenhum comentário:

Postar um comentário