sábado, 18 de janeiro de 2014

Resenha: O Extraordinário - R.J. Palacio

August Pullman, o Auggie, nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso, ele nunca havia frequentado uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.

Avaliação: ☻☻☻☻☻(5/5)     -    320 Páginas    -    Intrínseca

Esse com certeza pode ser descrito como um livro emocionante e sensível, no qual nos é possível ver vários pontos de vista de uma mesma situação.

August é um garotinho que nasceu com uma mistura de síndromes que acabou gerando uma deformação facial nele, uma violenta mesmo. Mas ele é um garotinho tão legal e especial, mas não esse tipo de especial por causa do síndrome dele, mas sim por ser uma pessoa tão legal e diferente de todos da idade dele.

Ele está começando na escola agora, na 5ª série, e como ele nunca tinha ido a escola antes, ele está morrendo de medo, pois sabe como as crianças dessa idade podem ser más com novatos e também sabe que com ele vai ser bem pior por ele ser "diferente". Isso nos leva de volta a nossa 5ª série e, se nós ainda não havíamos percebido, nos mostra que ela realmente foi difícil e até mesmo cruel.

Outa coisa que eu gostei foi cada parte do livro ser narrada por um ponto de vista, assim nos permite ver o que cada um pensa sobre o Auggie, e olhar do seu ponto de vista. Se nós víssemos o livro sempre só pelos olhos do Auggie iria ser fácil sempre ficar do lado dele julgando todo mundo, e nós também acabaríamos achando que não era nada demais a aparência dele - o que não é verdade, não se enganem pela capa - e olhando pelo ponto de vista dos outros nos é permitido nos colocarmos no lugar deles e pensarmos "se fosse eu ali, eu agiria assim?" , o que seria respondido com um rápido não se tivéssemos só a perspectiva do Auggie, já na dos outros ficamos ponderando por um bom tempo.

Quando eu falo que ficamos pensando se nós agiríamos assim, eu não falo dos casos de Bullying, é claro, ele é inaceitável sempre, mas quem já não foi o sujeito passivo quando era criança ou nunca aderiu a uma brincadeirinha idiota quando era pequeno, sem saber muito a que aquilo podia levar, sem saber direito que o que estava fazendo era horrível? Viu? Isso é só a prova de que as crianças podem ser muito cruéis sem saber. Tem uma hora no livro que nós ficamos P da vida com um amigo do Auggie, xinguei ele de falso e tudo, mas ai quando virou pra ele falar a versão dele e ele dá a justificativa dele, nós pensamos "será que eu nunca fiz isso? Nunca alfinetei um amigo pelas costas só para parecer legal para os outros?" claro que também não do jeito que ele fez aquilo, porque eu nem sei se eu conseguiria ser tão cruel, mas concordar com algum comentáriinho azedo que fizeram de uma amiga minha pelas costas dela e até falar algum comentário azedo eu já fiz - graças a Deus que ela era uma cobra horrível e hoje em dia nós não somos mais amigas, assim não preciso ter peso na consciência.

O livro nos ensina como o ser humano detesta o diferente e morre de medo dele, tanto que quando se acostuma vê que aquilo não era nenhum monstro. Nos mostra  também como as pessoas julgam tudo pela a aparência, acham que ela importa tanto sendo na realidade ela não importa quase nada e que ligam muito para o que os outros pensam.

A R.J. Palacio escreveu um livro que não dá boas lições de vida em uma linguagem leve e fluida que nos prende no inicio e nos leva por páginas e páginas sem percebermos.

"Ela não acha que eu seja comum. Diz que acha, mas, se eu fosse comum, ela não precisaria me proteger tanto. Mamãe e papai também não me acham comum. Eles me acham extraordinário. Talvez a única pessoa no mundo que percebe o quanto sou comum seja eu. Aliás, meu nome é August. Não vou descrever minha aparência. Não importa o que você esteja pensando, porque provavelmente é pior."

Bjs, Kah.